Equipe

Equipe:
Guilherme Rosa Pereira
Fernanda Cozendey Anselmo
Eduardo Monteiro
Priscila Teixeira Rocha







segunda-feira, 8 de outubro de 2012

A UENF vai à Escola

 A Escola Estadual Nelson Pereira Rebel, localizada no distrito de Travessão, aqui no município de Campos dos Goytacazes, foi a primeira a receber nossa equipe. 
Sessenta alunos do primeiro e terceiro anos do Ensino Médio participaram das atividades teóricas e práticas. Nosso material será disponibilizado em breve pra quem quiser usar, criticar, modificar ou simplesmente divulgar. 
As Escolas que se interessarem, mesmo que não façam parte do município ou que não estejam entre os bairros selecionados, podem entrar em contato.


Nossa equipe na frente da Escola Estadual Pereira Rebel

Gabriela apresentando a palestra na Escola

Alunos observando o  mosquito Aedes aegypti

Livia explicando o questionário de avaliação

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Mosquitos infectados com Wolbachia são refratários ao virus dengue.

http://oglobo.globo.com/ciencia/fiocruz-anuncia-novo-metodo-de-controle-da-dengue-6180314

Esta reportagem que saiu hoje no Globo Ciência fala sobre o trabalho de um brasileiro, chamado Luciano Moreira, pesquisador do Instituto Rene Rachou,  Fundação Oswaldo Cruz, Minas Gerais. Ele vem trabalhando há alguns anos com a infecção de Aedes aegypti com a bactéria Wolbachia e  mostrado que estes mosquitos infectados passam a ser refratários ao virus dengue. Luciano tem uma série de trabalhos em importantes revistas internacionais incluindo Cell, PLoS neglected tropical diseases e Nature. Os trabalhos com teste de campo começaram pela Austrália, com resultados surpreendentes. O trabalho do Luciano merece destaque e é um orgulho para todos nós. Abaixo algumas referências importantes:

Luciano A. Moreira, Inãki Iturbe-Ormaetxe, Jason A. Jeffery, Guangjin Lu,  Alyssa T. Pyke, Lauren M. Hedges, Bruno C. Rocha, Sonja Hall-Mendelin, Andrew Day, Markus Riegler, Leon E. Hugo, Karyn N. Johnson, Brian H. Kay, Elizabeth A. McGraw, Andrew F. van den Hurk, Peter A. Ryan, and Scott L. O’Neill (2009) A Wolbachia Symbiont in Aedes aegypti Limits Infection with Dengue, Chikungunya, and Plasmodium. Cell, 139: 1268–1278

Andrew P. Turley, Luciano A. Moreira, Scott L. O’Neill, Elizabeth A. McGraw (2009) Wolbachia Infection Reduces Blood-Feeding Success in the Dengue Fever Mosquito, Aedes aegypti. PLoS Neglected Tropical Diseases, 3(9): e516

T. Walker, P. H. Johnson, L. A. Moreira1, I. Iturbe-Ormaetxe, F. D. Frentiu, C. J. McMeniman, Y. S. Leong, Y. Dong, J. Axford, P. Kriesner, A. L. Lloyd, S. A. Ritchie, S. L. O’Neill1, & A. A. Hoffmann (2011). The wMel Wolbachia strain blocks dengue and invades caged Aedes aegypti populations. Nature, 4 7 6: 450-455




quarta-feira, 19 de setembro de 2012

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

 Dengue Vaccine Initiative
http://www.denguevaccines.org/
Dengue Vaccine Initiative


Vacina contra dengue????



Na revista Lancet de setembro saiu um artigo intitulado:  "Protective efficacy of the recombinant, live-attenuated, CYD tetravalent dengue vaccine in Thai schoolchildren: a randomised, controlled phase 2b trial". Trata-se de um estudo da Sanofi Pasteur com crianças Tailandesas, apresentando dados do teste de uma vacina contra dengue. 
Muitas pessoas estão achando que finalmente surgiu a tão esperada vacina contra dengue.  Mas cuidado... O artigo aponta para a possibilidade de uma vacina. Ele diz na sua conclusão:
"These data show for the first time that a safe vaccine against dengue is possible." (Estes dados mostram pela primeira vez que uma vacina segura contra dengue é possível ). 
A vacina está ainda em fase de teste e os resultados iniciais mostram apenas 30% de eficicácia em crianças Tailandesas. Este número embora seja muito bom em termos de pesquisa, está muito longe do ideal. Ou seja, ainda falta muito pra termos uma vacina contra dengue.
O desenvolvimento de uma vacina passa por várias etapas e cada uma das etapas demora alguns anos. A Vacina da Sanofi Pasteur encontra-se na fase 2b (de 4 fases).
A fase I começa quando um novo produto passa a ser testado em seres humanos. Estudos de fase I tem como principal objetivo avaliar a segurança deste produto.  Uma vez que se demonstre que a vacina é segura, o desafio seguinte  é saber qual será a dose adequada (fase II). Os ensaios clínicos de fase III irão confirmar se o produto realmente apresenta o efeito protetor esperado.  Após a aprovação do produto, estudos adicionais são realizados para continuar a avaliar a segurança do produto agora em larga escala. Esta etapa é chamada de Estudos de Vigilância Terapêutica e é considerada a fase IV do desenvolvimento de produtos. Só então a vacina está pronta para ser disponibilizada comercialmente.
A vacina da  Sanofi Pasteur é a que se encontra em estágio mais avançado de investigação, mas não está muito longe de outras vacinas que estão sendo desenvolvidas. No Brasil, a FIOCRUZ juntamente com a GlaxoSmithKline tem desenvolvido uma vacina que embora em fase anterior de testes, é também bastante promissora. Mas existem outras...
Em 2001 foi criada uma instituiçao chamada Pediatric Dengue Initiative (PDI)  (http://www.denguevaccines.org/dengue-overview-0) que é um consórcio de várias organizações (WHO, International Vaccine Institute, International Vaccine Access Center da Johns Hopkins University e Sabin Vaccine Institute) que busca uma vacina segura. Entretanto, após mais de 10 anos de criado este esforço pelo desenvolvimento de uma vacina efetiva contra dengue,  as vacinas em fases mais avançadas de pesquisa tem como previsão 2015, como o ano em que elas possivelmente poderão ser comercializadas. Vamos torcer pra que tudo dê certo. 

terça-feira, 28 de agosto de 2012

Dois sites que não se pode deixar de visitar quando o assunto é dengue:

1. Centers of Disease Control and Prevention
http://www.cdc.gov/dengue/

 http://www.cdc.gov/homepage/images/img-cdcLogoHeader.png


2. Organização Mundial da Saúde (WHO)
http://www.who.int/topics/dengue/en/
http://www.who.int/sysmedia/media/resources/who-logo-en.jpg

Dengue dados estatísticos em tempo real

http://www.denguewatch.org/index.html

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Dengue


A dengue é uma doença infecciosa que acomete o homem tendo ocorrência em áreas tropicais e subtropicais cujas condições climáticas favorecem a proliferação do inseto vetor,  o mosquito Aedes aegypti nas Américas e Aedes albopictus na África e Ásia. Em ambientes tropicais, o estágio imaturo do A. aegypti requer aproximadamente sete dias para emergência do adulto. A oviposição ocorre em ambiente preferencialmente escuro e úmido e ao entrar em contato com água, o ovo eclode originando a larva que passa por 4 ínstares até alcançar o estágio de pupa, da qual emerge o mosquito adulto alado. Somente a fêmea do mosquito adulto alimenta-se de sangue e, a partir daí, a oviposição ocorre de 2 a 5 dias após o respasto sanguíneo. Uma única fêmea pode colocar de 60-100 ovos. Estudos laboratoriais indicam que a sobrevivência dos mosquitos de A. aegypti adultos é de 20 e 30 dias para machos e fêmeas, respectivamente.
A transmissão de dengue por mosquitos do gênero Aedes ocorre através da picada em indivíduos virêmicos, e a transferência, pela picada, do vírus ao homem encerra um ciclo de transmissão. O vetor é encontrado, principalmente em ambientes doméstico e peridoméstico, utilizando-se de recipientes que armazenam água e recipientes descartáveis que acumulam água de chuvas para postura dos ovos. A densidade e o grau de domiciliação dos vetores do dengue influenciam na capacidade vetorial das populações do mosquito em diferentes regiões. O A. aegypti é o principal vetor devido à sua antropofilia, seus hábitos urbano-domésticos (domiciliares) e sua alta eficiência na transmissão do vírus dengue. É uma espécie de atividade diurna, alimenta-se dentro e fora das casas durante todo o tempo, especialmente em dias nublados.
A Dengue é uma infecção re-emergente que vem preocupando mundialmente as autoridades sanitárias. É a arbovirose de maior incidência no mundo, sendo endêmica em vários continentes. Cerca de dois terços da população mundial vive em áreas infestadas com o mosquito vetor. Os sintomas da doença vão desde febre e sintomas comuns, como dor de cabeça, náusea, mialgia, dor retro orbital; até formas hemorrágicas (dengue hemorrágica FDH), síndrome de choque associada ao dengue (DSS) e outras manifestações graves da doença.
Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) estima-se que 50-100 milhões de casos de dengue ocorram anualmente em todo o mundo e que cerca de 500.000 casos evoluem para as formas mais graves da doença. Não existe vacina disponível contra a dengue e nem medicamentos específicos para tratar a infecção. Dessa forma, a prevenção e controle da dengue dependem do combate do A. aegypti em torno dos domicílios onde mais ocorre a transmissão. Inseticidas em sprays para mosquitos adultos não são eficazes, a não ser que sejam usados dentro de casa. O caminho mais eficaz para o controle do mosquito é a redução larval nos domicílios.
É muito difícil controlar ou eliminar mosquitos A. aegypti, porque eles se adaptam facilmente ao ambiente, o que os tornam altamente resistentes, ou com a habilidade de rapidamente recuperar-se a números iniciais após os distúrbios resultantes de fenômenos naturais (por exemplo, secas) ou intervenções humanas (por exemplo, medidas de controle). Os ovos de A. aegypti possuem a capacidade de resistir à dessecação, sobrevivendo vários meses sob condições de seca em um estado de dormência no final do desenvolvimento embrionário, dificultando o controle.
A erradicação da Dengue só se tornará uma realidade se houver um trabalho que inclua, conhecimento da doença do ponto de vista epidemiológico e clínico, conhecimento do vírus dengue do ponto de vista molecular e evolutivo,  conhecimento do vetor e sua interação com o vírus. Somado a isso é essencial o foco no planejamento urbano e na educação em saúde.  Neste contexto, este projeto tem por objetivo atacar duas dessas frentes. Por um lado, o mapeamento das populações naturais de A. aegypti quanto a sua suscetibilidade ao vírus dengue e seu potencial epidemiológico. Por outro lado, uma ação educativa direcionada para populações humanas em risco imediato, vivendo em áreas de alta incidência da doença, proporcionando informação e suporte à comunidade local sobre a importância da prevenção através da eliminação dos locais propícios à reprodução do mosquito. Assim, como consequencia deste projeto esperamos acionar a população das áreas de maior incidência da doença, levando-as à participação ativa  na vigilância entomológica e nos programas de controle e prevenção de dengue no município de Campos dos Goytacazes.